sábado, 15 de novembro de 2008

para quem nunca foi à Disney...

...vá ao Shopping da Gávea.
Os shoppings da zona sul têm essa mania de fazer estacionamento no teto, não no subsolo. G1, G2, G8, Rússia. Uma loucura só.
Mas o do Shopping da Gávea, além da usual rampa alucinante que força meu pobre carro a gás, tem também uma cobertura redonda. Isso mesmo, a rampa é envolta por um teto redondo, que dá a mesma impressão de determinadas montanhas-russa da Disney. Aquela emoção subindo pelo esôfago enquanto o carrinho faz 'tec-tec-tec' nos trilhos. E a iminente queda em seguidos parafusos. A única diferença é que não tem uma barra de ferro presa na sua cintura e quem está no comando do carrinho é você. Portanto, cuidado com as curvas.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

uma verdade muito inconveniente

Eu preciso de fortes impulsos pra fazer qualquer coisa. Sou movida a sentimentos, a paixão fortíssima.
Acabei de rever 'Uma verdade inconveniente' e por isso preciso escrever. Obviamente estou chorando. Se deixasse passar quinze minutos já teria desistido. Simplesmente parte meu coração saber que este homem fala sobre aquecimento global há pelo menos 20 anos e muita gente ignora. Vale lembrar que este homem é o ex vice-presidente dos Estados Unidos. Não um ex vice-prefeito do munícipio do Rio sem peixe. Vale lembrar também que ele concorreu á Casa-Branca em 2000 contra o quase ex presidente George W. Bush. Não em um partido pequeno, não como último candidato com menos de 1% nas pesquisas. Foi ali, no pau a pau. Ou seja, um homem com visibilidade suficiente para mover o mundo. Mas não move.
Ao ver o documentário eu só pensava em desistir. Pra que eu 'perco' meu tempo estudando francês? Estudando jornalismo? Do que adianta isso? O que eu estou fazendo para melhorar o mundo? Mas, vamos cair na real, o que eu poderia fazer? Se o ex vice presidente da maior (mesmo em tempos de crise) nação do mundo não consegue muitos resultados, não mobilizia o Congresso, como ele mesmo diz, quem sou eu pra fazer alguma coisa? Não sei se Al Gore previu espectadores desistentes e fracotes como eu, a questão é que na reta final do documentário, o filme cria uma faceta otimista. E você cogita a possibilidade de fazer alguma coisa. Eu cogito. Continuo achando irrelevante o que faço mas vou tentar até o fim não jogar a peteca pro ar, como faço com tantas outras coisas da minha vida. Mesmo quando tinha carro procurava ir de carona pra faculdade. Se não desse pra pegar de ida e volta, que fosse só em um trecho. Os ônibus estão aí. Papel só reciclado. Caderno, agenda, blocos. Não compro couro (mas aí são outras questões). Evito pegar sacolas plásticas em locadoras, mercados, lojas etc.
Mas a sensação que eu tenho é que isso não importa nada. Às vezes eu fraquejo e pego o carro só para alugar um vídeo. Aqui do lado! O peso chega à consciência, mas aí já tarde demais.

No geral sou até satisfeita com a minha atuação. O que me entristece é ver pessoas do mesmo nível cultural que eu, aliás, nível superior, ignorando o que está a sua volta!
Uma amiga que me dá carona quase todo dia é uma dessas. Tem pelo menos dois livros na bolsa, mas ridiculariza a questão ambiental. E olha que ela ainda acha que vai ter dois filhos! Uma, vegetariana. Ou seja, ela vai perpetuar o sangue e mesmo assim não faz nada. Tem aquela postura 'soucoolnãomeimportocomomundovocêsotáriosqueseimportemcom isso'. Tenho vontade de chorar quando percebo essa atitude nas pessoas. Choro por qualquer coisa, boa ou ruim. No geral sou bastante incrédula com a humanidade, por isso não quero ter filhos. Vou adotar. Mas as pequenas coisas me comovem absurdamente. Uma pessoa que cede lugar ao mais velho, que segura a bolsa de alguém no ônibus cheio, que devolve o dinheiro encontrado, que só usa o carro quando é estritamente necessário, que me ensina coisas no 175. Tudo isso me faz chorar.
Mas eu choraria mais ainda se as faculdades e escolas só usassem folhas recicladas. A minha faculdade usa quando os estudantes solicitam documentos como histórico escolar e outros. A Escola Parque tem um cesto onde os alunos jogam as folhas e elas são recicladas. A correspondência do Banco Itaú também vem nas folhas pardas reutilizadas. Meus olhos enchem d'água quando vejo um estudando com o caderno reciclado na mão. É difícil resistir ao caderno cuja capa é o Johnny Depp, a Pucca, vaquinhas fofinhas ou o Batman (sim, um amigo meu tem esse caderno) e, em vez disso, escolher o sem graça porém ecologicamente correto. Por saber desta dificuldade é que meus olhos lacrimejam quando vejo que alguém fez a mesma escolha que eu. Que o banco recém unido ao Unibanco também faz essa escolha. Que a minha faculdade faz.
No entanto, isso tudo pode melhorar. Todas os papéis que circulam lá poderiam ser reciclados. A equipe de engenheiros, quem sabe, não pode providenciar um sistem de energia solar? É ali onde as coisas acontecem.

Foi na faculdade que Al Gore teve o privilégio, há algumas décadas, de ter contato com um dos pioneiros no tema aquecimento global. É na faculdade que temos de implementar certas mudanças. Hoje em dia não tem nada de pioneirismo nisso, mas infelizmente ainda não atingiu o ponto de ser inerente ao ser-humano preservar.