quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A telinha invade a telona

"Quero matar meu chefe" é mais uma prova da minha 'tchiuria' que elenco mediano é garantia de filme bom. Principalmente quando se tem a impressão de 'conhecer os atores de algum lugar' e os lugares são nada mais nada menos que It's always sunny in Philadelphia, Saturday Night Live, a e Arrested Development! E quando um time classe A das sitcoms americanas resolve fazer cinema, comédia vira assunto sério.


Os protagonistas desta hilária comédia masculina são, respectivamente Charlie Day, Jason Sudeikis, que coestrelou 'Passe livre ao lado de Owen Wilson, e last but not least, Jason Bateman, o mais famosinho dos 3, que atuou em Juno e dividiu a telona com Jennifer Aniston em 'Encontro de Casais'. Jennifer, inclusive, também participa de Horrible Bosses (no original). Ela é a dentista ninfomaníaca chefe do personagem de Charlie Day. Os chefes odiados são, aliás, os atores mais consagrados do filme. Além da eterna ex-Friend, estão também Colin Farrell e Kevin Spacey, e apesar de incríveis, fazem apenas algumas aparições, deixando a responsabilidade mesmo pro trio vindo da telinha. Pra completar, o vencedor do Oscar Jamie Foxx dá o ar da graça maestralmente em raros momentos, como, por exemplo, quando os 3 protagonistas descobrem que ele não é um bandido barra pesada, mas sim um cara que foi parar atrás das grades por piratear filmes.
Bom, é claro que o mérito de 'Quero matar meu chefe' não é só dos atores. O roteiro não deixa nada a desejar. Michael Markowitz conseguiu inserir elementos de nonsense no longa de maneira crível e divertida, como a obssessão de Jennifer Aniston pelo empregado e a personalidade distorcida de Colin Farrell. Itens que só eleveram esse bromance quase ao já cultuado 'Se beber não case'. Outro sucesso com atores que até então eram coadjuvantes.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O Turista

Ao sair do filme "O Turista", a única coisa que eu me perguntei foi: Por que, Johnny, por que? Queria saber porque diabos ele escolheu fazer este filme. Sou fanzoca dele desde que me entendo por gente e já vi sua filmagrafia quase que completa. Lembro que quando lançaram Piratas do Caribe e ele se tornou um blockbuster star, a justificativa dele para o papel de Jack Sparrow é que ele tinha filhos pequenos e gostaria de fazer parte de um projeto que se relacionasse com as crianças. Totalmente compreensível, até porque é um personagem muito bem escrito e inventivo, que rendeu à Depp a primeira indicação ao Oscar.
Mas em 'O Turista', o personagem não tem nada de interessante, nem as pessoas com quem contracena, nem o roteiro e muito menos a direção de Florian Henckel von Donnersmarck. O longa parece uma sequência de cenas roubadas de outros filmes...no trem, quando Depp conhece Angelina, nas perseguições sem sentido pelas águas de Veneza e outras.
Mas a maior falha é do diretor, que não sabe definir seu tom. Eu, sinceramente, não sei se é um filme pra ser levado à sério. Talvez nem o próprio Florian saiba. Os personagens passam por cada situação esdrúxula, que eu, como espectadora, não sei se o diretor está gozando com a minha cara ou se ele realmente quis que aquilo fosse crível. Em determinados momentos do filme eu juro que enxergava ali o Jack Sparrow, de tão goofy que é.
Essa indecisão sobre a qualidade do filme, pra mim, representa incapacidade do diretor, não genialidade. Florian não soube dosar o tom de sua própria obra. Não é como nos filmes dos Coen, 'Queime depois de ler', 'Fargo' e 'O grande Lebowski', cujo tom é sempre muito bem definido em sátiras, críticas, que eles não querem ser levados à sérios. Ou o caso de Mathew Vaughn, que também acertou em cheio no inesperadamente violento Kick-Ass. Florian simplesmente errou.
Eu vou parar por aqui e nem entrar no mérito de escolha da Angelina Jolie. Já estou mais do que cansada de vê-la interpretar uma britânica misteriosa que só sabe fazer carão sexy.

Ok, são 6:40h da manhã, depois eu ajeito esse texto.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Saindo de [Casa]

Sexta-feira, meio de expediente, entre uma ligação e outra, recebo um cadeau surpresa. O livro "Saindo de [Casa] Independência ou Morte!", de Bárbara Ribeiro (autora do livro, não do presente). Em meio a correria, mal pude agradecer à gentileza. Como a temática move out está bem recorrente na minha cabeça, não pensei duas vezes ao me jogar na cama e abrir o livro sem mesmo me dar ao trabalho de procurar os óculos. Pensava que leria 30 páginas, no máximo 40. Estava esperando uma amiga chegar...não para bebermos vinho, comermos canapés e discutir o governo Dilma, mas para ver fotos de viagens antigas e emprestar roupa (Sim, sou uma loser). Em dado momento percebi que levei um cano desse programão e continuei a leitura, esperando que lá pelas 22h e tanto fosse capotar de sono. Nada mais justo depois de uma semana intensa de trabalho - inclusive no feriado.
No entanto, a semelhança com os personagens me prendeu. Me relacionei com o anseio deles em sair desse lugar 'que é bom mas é uma merda'. Todos os dias me pergunto quando vou sair da casa da minha mãe, com quem, porque, pra onde.
O livro não trouxe muitas respostas, é verdade. Aliás, te deixa mais em dúvida ainda de sair de casa ou não. Nos diálogos engraçados, ágeis e ácidos que Bárbara escreve, enxergo a minha geração. Me enxergo. O que é muito difícil, pois sempre lemos sobre 1968, tropicália, cinema novo, passeata dos 100 mil, e desejamos internamente e com uma nostalgia paradoxal que estivéssemos lá.
Mas em "Saindo de Casa", não. Os cenários mencionados são tangíveis...Casa da Matriz, Drinkeria Maldita, Pista 3, Bokowski, rodas de samba, Jobi, pilotis da PUC entre muitos outros. Se o pano de fundo é tangível, os personagens são praticamente tocáveis. Eu sou a Luana, garota que anseia morar no exterior e quando consegue, não se sente em um lar, que se despede dos amigos em uma viagem e desfruta do último dia sozinha, que volta para o Rio e tem que lidar com uma roomate mimada; mas também sou a filósofa, que só fica dentro do quarto e se diverte com seu Rivotril; ou o Murilo, que é gente boa com todo mundo mas impõe limites; ou até mesmo o guitarrista, sensível, artista e, surpreendentemente, careta. Sou eu, minhas amigas e amigos, minha irmã. Resultado, li o livro todo e fui dormir pra lá de meia noite e com a pulga atrás da orelha.
É o tipo de livro que não se propõe a dar respostas, é despretencioso e dinâmico, com diálogos engraçados das pessoas que dividem um apê, o tipo de conversa que você gostaria de ter. Mas também com situações desconfortáveis, momentos de estresse e decisão, ou seja, tudo o que temos na vida real. E se a vida real não é perfeita, por que o processo de sair de casa deveria ser?

domingo, 19 de setembro de 2010

Redación

2010 não para de surpreender! Não bastasse a formatura, o trabalho, volta às aula de teclado e a evolução emocional, agora fui inventar de dar aulas.

Apareceu a oportunidade de ser professora de redação de um curso pré-vestibular comunitário e eu pensei: por que não?

Sempre quis fazer trabalho voluntário, mas a gente cconstantemente inventa desculpas, arruma outros compromissos mais importantes e nunca bota a mão na massa. Pois bem, desta vez nem o estresse absoluto em que me encontro, nem o iminente estado de depressão e o cansaço extremo me impediram de me jogar nesta empreitada. Pelo contrário, na hora da aula, tudo parece pequeno e me sinto revigorada, pronta pra oferecer o pouquíssimo que tenho.

Confesso que é estranho ter apenas 22 anos e dar aulas para jovens de 18, 19. Mas é gostoso e gratificante saber que aquelas pessoas cheias de sonhos contam com você pra realizarem algo bacana da vida, e isso te dá forças. Força pra correr que nem uma desesperada depois do expediente e entrar tranquila na sala de aula, pra sair do estado de inércia do seu precioso domingo e preparar a aula do dia seguinte, ânimo pra reciclar seus conhecimentos quase obsoletos de vestibular, pra pesquisar regras de Prouni etc, mas principalmente, coragem de enfrentar uma turma que conta com sua ajuda.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Fazendo jus ao nome deste blog, quando a chega a madrugada meu pensamento vagueia, escrevo o post de retorno as 03:35h da matina!
Como de hábito, os revivals deste blog acontecem sempre por causa das angústias que assolam meu coraçãozinho.
2010 tem sido um ano de choque e muitas, muitas perspectivas. Primeiro fiz 22 anos. Para os mais velhos esse comentário é motivo de gargalhadas e deboche. Mas pra mim é assunto sério, juro. Já faz 4 anos que obtive a maioridade. Aos 22 a gente já começa a pensar sobre a saúde, o metabolismo começa a desacelerar e emagrecer não é tão fácil quanto antes, por exemplo. Parece piada, eu sei. Mas não é. Ai, como o tempo voa.
E voa mesmo. Meu último post foi no 7º período da faculdade e hoje sou uma mulher...formada! Nossa, que angústia. Pela primeira vez na vida estou sem norte. Pela primeira vez cabe exclusivamente a mim decidir o próximo passo. Terminar o Ensino Médio foi mole. Vestibular é chato, mas fazer faculdade é o que esperam de você. Ok, a gente enfrenta. Mas e agora?
Mãe, o que eu faço? Me ajuda!
Nem fazer cinema, que eu sempre planejei, eu tenho certeza se quero agora. Trabalhar e estudar não é pra qualquer um. Lembrando que trabalho não é estágio. Graças a deus saí da faculdade com um emprego, mas isso implica em outras preocupações na cachola. Será que mês vem consigo dar menos despesas à minha família? Começar a pagar meu plano de saúde não seria nada mal...Mas aí também tem gasolina; estacionamentos; conta de celular; aquele curso de alemão que empurro com a barriga; aulas de piano e canto que quero fazer há anos mas não tinha tempo; entrar numa academia não seria má ideia também.
E é cada um dando palpite de um lado.
'É bobagem fazer outra graduação'
'Começa, se você não conseguir conciliar, larga' (Minha faculdade é super barata, super posso me dar ao luxo disso, né?)
'Faz uma pós'
'Vai viajar pelo mundo'
Esse papo de decidir o futuro não tá com nada, não quero ser minha própria bússola.
Era tão mais fácil dizer 'vou fazer vestibular pra Comunicação' ou 'to no ciclo básico ainda, mas quero fazer Jornalismo'.
É muito difícil falar 'Oi, SOU jornalista, produtora ou whatever. Falta moral ainda!
Será que um dia isso sai com naturalidade?

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

felicidade de uma aluna

Acho que nunca coloquei aqui material produzido para a faculdade. No entanto, nunca me senti tão lixão escrevendo, como me sinto para a aula do Arthur Dapieve, meu professor de laboratório de jornalismo impresso. Então, quando recebi um elogio, significou muito pra mim. Ganhei não só o dia, mas a semana, o semestre e por aí vai.

Ele pediu para fazermos uma resenha em sala. De um filme, livro, banda, qualquer coisa. Eu, lógico, fiz de um filme. Não do último que tinha visto, nem do preferido. Mas de um que queria ter escrito aqui, e que a preguiça impediu. Reaproveitando o material, lá vai!

'Se beber não case' foi o filme que ninguém esperava mas que superou todos os outros. É a prova mais recente que grandes estrelas nem sempre rendem bilheteria. Prova também que blockbusters e qualidade podem sim andar juntos. Após escreverem os tímidos 'Minhas adoráveis ex-namoradas' e 'Surpresas do amor' (estes com o time A de Hollywood), os roteiristas Jon Lucas e Scott Moore acertaram ao contar a história de quatro amigos que vão a Las Vegas para uma despedida de solteiro e, com uma baita ressaca, lutam para reconstituir suas ações da noite anterior.

No Brasil, o filme de Todd Phillips arrecadou R$ 1,9 milhão só no final de semana de estreia. A produção segue à risca as características marcantes do gênero incipiente, porém promissor, que são os guyflicks, comédias genuinamente masculinas. Roteiros consistentes e realistas, direção simpes, atores razoavelmente desconhecidos, como Bradley Cooper e Justin Bartha (que já haviam trabalhados juntos em 'Armações do amor'. Os bons diálogos se comprovam, uma vez que falas do filme como 'some guys just can't handle Vegas', caíram no gosto popular quase que imediatamente. A fórmula tem dado certo e 'The Hangover 2', no original, já está em desenvolvimento.


Voltando às aulas...
Na semana seguinte, tivemos que refazer nossas resenhas retirando 3 linhas. Na segunda correção recebi o comentário de que o texto havia ficado ainda melhor! Foi o suficiente para eu ganhar três semestres!

Mas o que eu escrevi aqui foi a primeira versão.


quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Como é chato e difícil fazer monografia! Não entendo isso, jornalista que se preze não vai levar uma vida acadêmica...

domingo, 20 de setembro de 2009

Ó vida..

Dinheiro, por favor caia do céu para que eu possa sair deste âmbito familiar o mais rápido possível.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

MIS

Não costumo criticar decisões das autoridades e/ou seu desempenho neste humilde espaço. Mas preciso desabafar! Acho uma tremenda burrice transferir o Museu da Imagem e do Som (MIS) para o local da boate Help. Primeiro porque a boate existe há mais de 20 anos e acho super tradicional (apesar de nunca ter ido, tremenda carioca).
Segundo porque no MIS, devem ter vários VHS, cassestes, rolo de película e tudo mais. É, realmente, em frente à praia é o lugar perfeito para preservar esses itens. A maresia não prejudica na-da.

¬¬

Sem falar no projeto escolhido para ser a nova fachada do prédio. Além de horrorosa, nem é brasileira!

domingo, 2 de agosto de 2009

Éclair, o inventor do fecho*

Uma vez escrevi aqui que fechecler era uma das palavras mais engraçadas da Língua Portuguesa. Não é que falei asneira? Pois pasmem, há tantos anos na boca do povo**, a grafia continua sendo fecho ecler, ou éclair, do francês. Na reforma ortográfica, eles me tiram o trema dos macaquinhos saguis, arguir, quinquênio, mas não tornam fechecler uma palavra única? Vai entender.

Ainda bem que já passei da fase de ler perante a turma. Ficaria traumatizada para o resto da vida! Porque, cá entre nós, fatalmente erraria a pronúncia.









* Frase sem embasamento teórico, pura invenção da minha cabeça
**Parafraseando Juliana Freitas