sexta-feira, 25 de abril de 2008

Sempre tive uma birra com finais de livros. Na verdade não é uma birra, é mais uma aversão.
Desde...sempre não consigo ler as últimas páginas com a mesma tranquilidade, serenidade e aproveitamento com que leio o resto. Meu coração acelera, começo a suar, não acho uma posição confortável na cama, me descabelo, e quando vejo, os travesseiros estão de uma lado, o lençol de outro e eu no meio. Foi assim com Budapeste, O Retrato de Dorian Gray, Harry Potter, Um Amor de Swann e todos os outros, creio eu. Até hoje não sei se li o final do Cortiço. Sei que Bertoleza morreu e tudo mais. Mas não lembro se li ou me contaram.
Aliás, acho que por conta desse estado de espírito que me domina nas últimas páginas, eu costumo não guardar os finais. Terminei de ler Budapeste na segunda, e na quarta um amigo comentou: o final é sensacional, né?
Eu hesitei em confirmar! Era? É, acho que lembro de ter pensado isso. Mas, exatamente qual foi o final...não me perguntem. Já está guardado no meu subconsciente²
Se essa tensão toma conta de mim quando estou lendo, imaginem se eu estivesse escrevendo o livro!
Epílogo é que não vai ter.

2 comentários:

Juliana. disse...

hahahaha cara eu acho que lembro de vc comentando que não conseguia ler o final de o cortiço. mas agora não sei se isso realmente aconteceu ou é impressão :S e olha que eu não fiquei nervosa nem nada quando soube (ou não soube) disso.

Yuri Amorim disse...

Sabe o que é isso (ao menos o que eu penso que seja)? A perspectiva aterradora do fim cada vez mais próximo do livro. Meio como uma caminhada inevitável em direção ao abismo que o encerra. Mas não tem porque temê-lo... bons são os livros que, mesmo fechados, permanecem abertos; os que oferecem lacunas para serem preenchidas pela sua imaginação. Tenta fazer isso: chegando no precipício, mergulhar de cabeça. =)

E nada de epílogos, por favor.